Gestão de risco de viagem: o que é e quais são as tendências? 

Que a empresa tem o duty of care como obrigação nas viagens a trabalho não resta dúvida. Mas, como aplicar o dever de cuidar na prática no mundo atual? Dentre os desafios da gestão de risco em viagens corporativas, está a adaptação às mudanças pós-Covid.

Um estudo da Global Business Travel Association (GBTA), chamado de “Gestão de Risco de Viagem (Travel Risk Management, ou TRM, no original) em um Mundo Pós-Covid” oferece uma visão sobre o estado atual da gestão de risco de viagem após a pandemia de Covid-19. 

Neste artigo, queremos explicar o que é a gestão de risco, tratar dos principais pontos desse documento, além de analisar como essas tendências podem ser aplicadas na realidade do Brasil. 

O que é a gestão de risco nas viagens a trabalho? 

A gestão de riscos na viagem corporativa se trata de boas práticas para minimizar os riscos e garantir a integridade do viajante. 

Geralmente, os riscos podem ser: pessoais, financeiros ou de conduta. Cada um deles demanda uma análise, um plano de ação e uma estratégia diferente. 

Os riscos mais comuns em viagens são: 

  • acidentes de avião, carro ou outro meio de transporte;
  • incidentes de segurança, como assaltos e furtos;
  • extravios de bagagem;
  • doenças que podem afetar o viajante;
  • fenômenos naturais, como chuvas, alagamentos ou clima extremo;
  • cancelamento ou atraso de voos;
  • fraudes ou falhas na política de viagens e na prestação de contas das despesas;
  • atrasos para compromissos;
  • falta de compliance com a política de viagens;
  • passar mais tempo em lazer do que nos compromissos de viagem. 

Como pode perceber, cada risco tem sua particularidade e também apresenta um grau de urgência diferente. 

Para fazer uma gestão de riscos, avalie a probabilidade e o impacto de cada um deles, além de definir qual é a melhor forma de agir em relação a cada risco.

Dentre as abordagens mais comuns, estão:

  1. Criar estratégias para eliminar o risco: buscar medidas de proteção e segurança para minimizar a chance do incidente. Por exemplo, estabelecer orientações de segurança, definir quais são os procedimentos de acionamento em caso de bagagem extraviada, criar um plano de contingência em caso de emergência, dentre outras ações. 
  1. Delegar a solução: contratar serviços como seguro viagem, um parceiro de viagens corporativas com atendimento 24 horas e/ou utilizar recursos tecnológicos para prevenir fraudes, por exemplo.
  1. Manter a comunicação e a atenção: é essencial prezar pela segurança e bem-estar do viajante, oferecendo meios de contato e suporte (sejam internos ou externos), além de manter atenção para possíveis maximizadores, como área de risco, epidemias ou outros fatores. 

A Importância da gestão de risco

A pandemia de Covid-19 foi peça-chave para destacar o papel da gestão de risco, já que os gestores de viagem enfrentaram desafios sem precedentes para cuidar do bem-estar e saúde dos viajantes.

Além da segurança dos colaboradores, o estudo aponta que foi um baita desafio equilibrar as necessidades empresariais durante as restrições de viagem repentinamente impostas.

Para se ter uma ideia, 52% dos gestores de viagem acreditam que a gestão de risco nas viagens é uma prioridade maior agora do que era antes da pandemia. Isso indica uma mudança de foco para uma gestão de risco de melhor qualidade. 

Quais são as tendências da gestão de risco em viagem? 

Apesar da maior priorização, os orçamentos para gestão de risco permaneceram, na maioria, estáveis. Apenas 30% dos gestores relatam um aumento nas despesas voltadas para essa área.

No entanto, apartado do setor financeiro, mais tempo está sendo dedicado ao TRM pela equipe interna, com 51% indicando que o foco em questões relacionadas ao risco aumentou.

Outra tendência que veio para ficar é o bleisure. Houve um aumento no tipo de viagem que combina lazer e trabalho após a pandemia e isso exige medidas a mais na prevenção de incidentes. 

Cerca de 23% das políticas de viagens não abordam regras e orientações para colaboradores trabalhando durante viagens de lazer ou estendendo os dias de viagem a trabalho para o lazer. Isso pode expor as empresas a riscos e é um grande ponto de atenção. 

Além disso, o estudo da GBTA destaca que a tendência é haver uma equipe dedicada à segurança ou à gestão de risco como a principal responsável pelo TRM (62%), em vez da responsabilidade ser do gestor de viagens (24%). 

Por fim,  80% dos gestores de viagem relatam que sua empresa tem um plano de gestão de crises, incluindo as viagens a trabalho. Dentre as melhores práticas, 88% têm um sistema de rastreamento de viajantes e 87% têm regras de privacidade de dados para proteger informações confidenciais.

Apesar dos números terem sido levantados na Europa e América do Norte, fornecem uma visão interessante para aplicar no Brasil. Isso porque as empresas que ainda tem uma política de gestão incipiente podem se aproveitar dos dados para estabelecer processos mais efetivos. 

Afinal, os dados mostram que a tendência é que a gestão de riscos seja cada vez mais uma prioridade. Apesar disso, os desafios ainda envolvem alocar recursos, melhorias de processos e a implementação de políticas. 

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Elaine Maciel
Elaine Maciel

Elaine é comunicóloga pela UFSJ e embarcou no desafio de fazer parte do time de comunicação e marketing da Onfly como Analista de Conteúdo. Para conversar com ela, basta enviar um e-mail para [email protected]!