Por que os pacotes flexíveis não são a melhor escolha para sua viagem corporativa?
Entenda por que plataformas de viagens a lazer e pacotes flexíveis são ineficazes em viagens a trabalho.
Apesar de não ser a melhor escolha, não é incomum que empresas acessem plataformas voltadas para pessoa física em busca de comparar preços de passagens aéreas ou até mesmo para reservar viagens corporativas.
Porém, como esses são dois tipos de viagens totalmente diferentes, é importante entender que as viagens corporativas têm especificidades bastante contrárias às viagens de lazer — já que as tomadas de decisões de negócios, assinaturas de contrato e reuniões são fruto do investimento de viagens a trabalho.
Recentemente, incidentes envolvendo agências de viagens online voltadas para viajantes a lazer, como a Hurb (antigo Hotel Urbano) e a 123 Milhas, que oferecem pacotes promocionais com datas flexíveis, trazem novamente a não-adequação dessas opções para viagens de negócios ao debate.
Como não são plataformas voltadas para as demandas específicas de viagens a trabalho, o uso de plataformas voltadas para pessoas físicas, bem como a tentativa de aproveitar milhas para viagens corporativas e uso como comparativo de preços, apresentam problemas significativos.
A seguir, debatemos mais a fundo sobre esse cenário para as empresas e suas viagens corporativas.
Por que não escolher pacotes flexíveis para as viagens corporativas?
Empresas como a Hurb e a 123 Milhas ganharam destaque por oferecerem pacotes de viagem com datas flexíveis a preços atraentes — e muitas vezes bem abaixo do padrão ofertado pelo mercado.
No entanto, recentemente, essas empresas cancelaram pacotes e suspenderam vendas de pacotes flexíveis.
Em nota emitida na última sexta (18), após cancelar os tickets aéreos da linha “Promo”, a 123 Milhas justificou a suspensão. Segundo a empresa, a medida se deve “à persistência de fatores econômicos e de mercado adversos, entre eles, a alta pressão da demanda por voos, que mantém elevadas as tarifas mesmo em baixa temporada, e a taxa de juros elevada”.
Tais cancelamentos, como aqueles da 123 Milhas, ou problemas nos pacotes de viagens, como os adquiridos pela Hurb e relatados pelos consumidores, levaram a frustração e grande inconveniência para os viajantes. Tudo isso também gera desconfiança em relação ao funcionamento desse modelo de negócios.
Para as viagens corporativas, o planejamento e a previsibilidade são essenciais. Por isso mesmo, esses riscos adicionais podem resultar em perdas financeiras e problemas operacionais gravíssimos.
Por exemplo, se a sua reunião com o cliente é no dia 10 de setembro, a empresa não pode arriscar com um pacote flexível que pode alterar a data em alguns dias ou até mesmo ser cancelado em cima da hora.
Inclusive, se os tickets são modificados ou suspensos próximo da data do compromisso corporativo, a empresa terá que desembolsar muito mais para poder comparecer. Afinal, estudos apontam que o preço médio da passagem aérea fica extremamente mais caro quanto mais perto da data da viagem.
Com isso, a empresa se vê em uma situação bastante complicada: gastar muito para conseguir cumprir com os seus compromissos profissionais ou “perder” o investimento naquele negócio.
Um dos principais motivos para essa problemática é utilizar plataformas destinadas a pessoas físicas para reservar viagens corporativas. Já tratamos aqui no blog, em outros artigos, que as necessidades das empresas são distintas, com requisitos bastante específicos, como, por exemplo, adequação à política de viagem, espaço destinado para reuniões e eventos e a necessidade de relatórios detalhados de gastos (RDV).
Por isso mesmo, aquelas plataformas focadas em consumidores finais e viajantes a lazer não oferecem as ferramentas necessárias para atender a essas demandas corporativas, levando a processos ineficientes.
Outro problema que precisa ser citado é a emissão de milhas para viagens corporativas. O uso de milhas aéreas pode parecer uma alternativa econômica para viagens corporativas, porém, há vários empecilhos importantes a serem considerados.
Os gestores de viagens corporativas tornam seus processos muito mais vulneráveis ao emitir milhas. Já que as milhas, como uma pontuação por fidelidade, são pessoais e intransferíveis, o que significa que as empresas não deveriam se aproveitar dos benefícios acumulados por diferentes funcionários.
Além disso, a disponibilidade de assentos para resgate de pontos pode ser limitada, especialmente em momentos de alta demanda e isso pode comprometer os planos de viagem. Como as viagens precisam ser 100% garantidas, o uso de milhas pode ser ainda mais problemático para as empresas.
Esses são os principais pontos que comprovam que os pacotes flexíveis não são a melhor escolha para viagens corporativas. Para viagens a trabalho, é fundamental priorizar a previsibilidade, eficiência e atendimento às necessidades específicas da empresa, tanto como um processo corporativo de forma geral, quanto como negócio.
Com isso em mente, optar por plataformas especializadas em viagens corporativas garante uma experiência de viagem mais tranquila e alinhada aos objetivos comerciais, além de poupar uma grande dor de cabeça para gestores e viajantes.