Entenda o impacto das restrições de voos em SDU na sua viagem

A partir de janeiro de 2024, Santos Dumont (SDU) terá limite de até 6,5 milhões de passageiros por ano; entenda o impacto da medida.

Todas as decisões e mudanças regulatórias na aviação civil podem ter um impacto significativo nas viagens, sejam elas a lazer ou corporativas. Uma dessas alterações é que o Ministério de Portos e Aeroportos anunciou que decidiu revogar a resolução que limitou os voos com chegada e partida do aeroporto Santos Dumont a um raio de 400 km.

Anteriormente, o então ministro Márcio França havia assinado uma resolução impondo restrições de voos com partida do Aeroporto Santos Dumont (SDU), no Rio de Janeiro

A medida visava aumentar o fluxo de voos no Aeroporto Internacional do Galeão, buscando reequilibrar a concessão do aeroporto que havia sido devolvida ao governo pelo grupo Changi, de Cingapura. 

A restrição determinava que os voos com partida do Santos Dumont teriam um raio máximo de 400 quilômetros, o que abrange São Paulo (SP) e Brasília (DF), mas também capitais como Vitória, no Espírito Santo.  

Essa alteração foi suspensa no dia 8 de novembro de 2023. Apesar disso, ainda há uma novidade: o aeroporto não terá mais restrição de destino, mas deverá obedecer a um limite de até 6,5 milhões de passageiros anuais — a mudança começa a valer em janeiro de 2024 e levantou questionamentos sobre os impactos para os passageiros. Vamos tratar disso a seguir. 

Por que restringir voos do SDU?

O objetivo do Ministério de Portos e Aeroportos é aumentar o fluxo de passageiros pelo Aeroporto Internacional do Galeão (GIG). Para se ter uma ideia, há 12 anos o Galeão era o segundo aeroporto mais movimentado do país, ficando atrás apenas de Guarulhos (GRU). 

Porém, no ano passado, o GIG registrou apenas 2,9 milhões de embarques domésticos e internacionais, ficando na décima colocação em número de embarques, atrás também dos aeroportos de Congonhas (CGH), Brasília (BSB), Viracopos (VCP), Santos Dumont (SDU), Confins (CNF), Recife (REC), Porto Alegre (POA) e Salvador (SSA).

A fim de comparação prática, o SDU movimentou, em 2022, por volta de 10 milhões de passageiros (considerando embarque e desembarque), ao passo que, no Galeão, passaram menos de 6 milhões. 

A portaria inicial não havia sido bem aceita. A Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata, na sigla em inglês) divulgou uma nota citando uma “grande preocupação” com a mudança. 

No documento, a organização havia pedido, inclusive, que o governo brasileiro reconsiderasse a resolução para prevenir danos para a malha aérea internacional e doméstica, bem como para os consumidores de serviços aéreos.

SDU Rio
Mudanças nos voos do SDU no Rio afetam passageiros (Foto: Gian Cornachini)

Qual é o impacto das restrições na sua viagem? 

Nas viagens a lazer

Para os viajantes que têm como destino as cidades próximas ao Santos Dumont, as restrições de voos podem ter efeitos significativos. 

Isso porque para manter o teto máximo de voos oferecidos, cidades que antes eram acessíveis através deste aeroporto agora podem requerer voos com escalas ou deslocamentos adicionais, aumentando o tempo de viagem e, dependendo do bilhete aéreo, até mesmo os custos.

Por exemplo, se o passageiro estava planejando uma escapada de fim de semana para Florianópolis, a restrição de voos pode tornar essa opção menos atraente devido à mudança.

Isso acontece devido à diminuição do número de voos disponíveis — considerando que as companhias aéreas estão reduzindo a oferta pela restrição, ou até mesmo pela distância do GIG em comparação com o SDU, dependendo da origem do viajante.

Nas viagens corporativas

Nas viagens corporativas, a eficiência e o tempo são essenciais e as restrições de voos também podem causar alguns desafios. 

Executivos e profissionais que precisam realizar deslocamentos frequentes envolvendo o SDU no Rio de Janeiro como chegada ou partida podem encontrar dificuldades em manter a mesma agilidade e produtividade nas suas viagens, já que o aeroporto diminuirá o número de voos oferecidos.

Além disso, segundo o Portal PANROTAS, as principais companhias aéreas, como Gol, Azul e Latam, já estavam reduzindo os voos diretos do Rio de Janeiro, com alguns deles transferidos de fato para o Galeão e outros trechos diretos cancelados. 

Conforme a publicação, a Azul, por exemplo, desde 1º de outubro deste ano já suspendeu os voos diretos, via SDU, para Brasília (DF) e Porto Seguro (BA), além de outros destinos. 

Ou seja, serão menos voos disponíveis na malha aérea, na prática, principalmente aqueles sem conexões e escalas, o que pode dificultar as viagens corporativas.

Portanto, esse é um desafio a ser trabalhado na hora de definir qual será o voo para as viagens de negócios. 

Mais atenção a escolha de acomodações e traslados

Dada a nova realidade das restrições de voos no Santos Dumont, a escolha de acomodações e traslados torna-se ainda mais importante nas viagens de forma geral. 

Os viajantes devem considerar com mais atenção a localização do hotel em relação às suas atividades planejadas na cidade. Optar por acomodações mais próximas do aeroporto de destino pode ajudar a realizar um deslocamento mais rápido.

Isso porque, principalmente nas viagens a trabalho, os viajantes devem considerar a distância entre o aeroporto e o hotel e/ou seu compromisso profissional para terem uma viagem mais ágil e eficaz. 

Já pensou em como essas restrições no SDU podem afetar sua viagem? Assine nossa newsletter e fique por dentro de todos os assuntos relacionados a viagens corporativas.

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Elaine Maciel
Elaine Maciel

Elaine é comunicóloga pela UFSJ e embarcou no desafio de fazer parte do time de comunicação e marketing da Onfly como Analista de Conteúdo. Para conversar com ela, basta enviar um e-mail para elaine.maciel@onfly.com.br!