Metaverso: tendência ou o futuro das viagens corporativas?

travel techs brasileiras

Parece papo de filme de ficção científica, mas o metaverso tem acendido uma chama nos grandes players de viagens ao redor do mundo. Imagine ter a oportunidade de se conectar em um ambiente completamente digital e interativo em que você possa visitar destinos de parceiros em potencial, ver a qualidade dos hotéis ou comparar cabines das aeronaves sem sair da sua empresa e ainda interagir com outros avatares?

A realidade aumentada, por exemplo, que trouxe a grande sacada da sobreposição de elementos virtuais à nossa visão da realidade(como no jogo Pokemon GO), foi um primeiro passo para repassar a experiência do usuário. Com os estudos e pesquisas cada vez mais focados no metaverso, a direção é criar novos mecanismos de gestão de viagens

Segundo estudiosos da área e c-levels das maiores agências de viagens corporativas do mundo, o metaverso pode demorar alguns anos para ser de fato exposto em sua potência, mas as empresas de viagens já estão implantando alguns aspectos de seus recursos. Tendência ou uma nova fase para o setor de viagens? E é sobre isso que iremos falar neste post. Mas antes é preciso compreender uma coisinha….

O que é o metaverso?

Tudo sobre o metaverso é ainda muito novo, porém com resultados promissores. A Meta, antigo Facebook, acredita que “o metaverso é o próximo passo na jornada de conexões sociais”. Para eles, “o metaverso é um conjunto de espaços virtuais onde você pode criar e explorar com outras pessoas que não estão no mesmo espaço físico que você”. Ou seja, trata-se de um espaço de realidade virtual no qual os usuários podem interagir com um ambiente gerado por computador e outros usuários totalmente imersivo.

É como se fosse um mundo paralelo ou uma espécie de ampliação do mundo real para o mundo virtual. Isso em sua origem. 

Segundo as autoras Eliane Schlemmer e Luciana Backes,  “O metaverso é, então, uma tecnologia que se constitui no ciberespaço e se “materializa” por meio da criação de Mundos Digitais Virtuais em 3D, no qual diferentes espaços para o viver e conviver são representados em 3D, propiciando o surgimento dos “mundos paralelos” contemporâneos”. 

E quem viveria neste metaverso? Bom, “nós” seríamos representados por avatares (sabe a lógica do filme do James Cameron? É mais ou menos isso – mas sem a parte dos alienígenas azuis). Muitos influenciadores digitais brasileiros já entraram na onda e criaram seus avatares, como Sabrina Sato, Bianca Andrade (Boca Rosa) e o youtuber Lucas Rangel. Essas personificações virtuais seria o que possibilitaria as interações dentro deste universo paralelo. 

Para se ter uma ideia, a ideia da Meta, baseada em entrevistas do Mark Zuckerberg,  é ter pelo menos 1 bilhão de avatares até o final da década. De acordo com a McKinsey, já foram investidos mais de US$ 177 bilhões em investimentos para o metaverso desde o início de 2021 para se chegar neste objetivo.  E pasmem, uma pesquisa do banco Citi diz que a indústria do metaverso sustentará uma economia que pode valer entre US$ 8 trilhões e US$ 13 trilhões, segundo estimativas. 

Muito do que virá a ser o metaverso, em seu cerne, está ainda como muitos modelos de experimentações e testes. Mas a tecnologia no que se diz respeito a realidade aumentada, realidade virtual e os óculos inteligentes já são promissores. 

E as marcas e os grandes players empresariais já estão de olho em surfar nesta onda. Em 2026, segundo dados da companhia Verizon, é esperado que 30% das organizações tenham produtos e serviços prontos para o metaverso.

Bom, deu pra entender sobre o que seria o metaverso e suas contribuições? Além da movimentação para se estar neste ambiente? Agora, como o mercado de viagens corporativas pode tirar uma casquinha dessas transformações digitais.

O setor de viagens no metaverso

Diversas empresas visam decolar no universo do metaverso, entre elas as companhias aéreas. Fizemos um compilados de algumas empresas para você entender sobre o que elas pensam “do futuro”. 

Qatar Airways

A Qatar Airways entrou no metaverso ao lançar o QVerse, uma nova experiência de realidade virtual (VR) para visitantes do site da companhia aérea. Os usuários do site www.qatarairways.com/QVerse agora podem visitar e navegar virtualmente pela área de Check-in Premium no Aeroporto Internacional de Hamad (HIA), o interior da cabine da aeronave da companhia aérea, incluindo a premiada Classe Executiva – Qsuite, e na cabine da Classe Econômica, usando seus próprios Dispositivos Eletrônicos Pessoais (PEDs).

A transportadora nacional do Estado do Catar foi a primeira companhia aérea global a introduzir uma tripulação de cabine MetaHuman, oferecendo uma experiência digital interativa ao cliente.

Em release divulgado para a imprensa, o CEO do Grupo Qatar Airways, o Sr. Akbar Al Baker, disse: “Com os limites físicos começando a ser desafiados pelo metaverso em uma escala cada vez maior, é emocionante adotar uma tecnologia que permite que todos os entusiastas de viagens desfrutem de uma experiência imersiva única. experiência de nossos produtos e serviços premiados.”

Emirates Airlines

Em, abril deste ano, a Emirates comunicou que lançaria em breve NFTs e experiências no metaverso para clientes e funcionários.  Os primeiros projetos já estão em andamento, com lançamento previsto para os próximos meses. Segundo informações divulgadas, a Emirates planejou investir US$ 10 milhões para construir sua marca no metaverso. A empresa também oferece uma experiência imersiva em seus modelos: Emirates A380 e Boeing 777

Boeing

De acordo com a Reuters, a Boeing prevê um projeto de engenharia 3D imersivo para os próximos anos. Com a construção e confecção de réplicas virtuais tridimensionais. Os modelos digitais são apoiados por uma “linha digital” que une todas as informações sobre a aeronave desde sua infância —desde os requisitos da companhia aérea, a milhões de peças, a milhares de páginas de documentos de certificação— estendendo-se profundamente na cadeia de suprimentos. Mesclando as amplas operações de design, produção e serviços aéreos em um único ecossistema digital da companhia. 

E não é só as companhias e fabricantes aéreos que estão de olho no metaverso. O grupo hoteleiro com sede em Amsterdã, Citizien M,  comprou um espaço virtual em um jogo chamado Sandbox. A empresa pretende se conectar com os jogadores de lá, explorar potenciais oportunidades de marketing e possivelmente arrecadar dinheiro para construir uma propriedade no mundo real. 

O intuito é a venda de peças digitais de imóveis apoiadas por tokens não fungíveis ( NFTs ), nos quais os jogadores podem construir ambientes independentes que podem ser visitados por outros usuários.

Além disso, a MullenLowe Singapore fez uma parceria com a Millennium Hotels and Resorts para lançar o M Social Decentraland, que, segundo um comunicado, é o primeiro grupo hoteleiro do mundo a operar um hotel no metaverso.Os hóspedes que entrarem nesta plataforma poderão interagir com um avatar que dá as boas-vindas e os guia nas dependencias do hotel. 

Percebeu o quanto as empresas estão apostando neste espaço digital? Mas como isso afetará a sua empresa? 

Viagem e a otimização de espaço/tempo

Não. O metaverso não irá acabar com as viagens a negócio. Mas é importante entender o que essa tecnologia irá trazer para os gestores de viagens e toda a saúde financeira de uma empresa. Principalmente com a criação desses ambientes. 

Um primeiro ponto a ser mencionado é em relação ao colaborador viajante. O metaverso e todas as suas potencialidades podem contribuir para que este se familiarize com o local a ser viajado, conhecendo rotas, locais úteis e como se locomover nesta cidade ou país. O que pode gerar menos estresse nas viagens, viagens mais assertivas e melhores tomadas de decisão para suas ações. 

O que pode ser um ganho tremendo para os gestores de viagens que podem ver nesta interação como uma ponte para melhorar cada vez mais a experiência dos usuários. Imagine poder inspecionar um hotel  ou verificar as condições de um avião para o seu colaborador?

O fato é que o metaverso não transformaria apenas essa experiência do colaborador viajante e gestores de viagens, mas também seria um ótimo caminho para otimizar tempo e custos das viagens corporativas. A fim, de criar novas abordagens e serviços para integrar o metaverso em viagens, reuniões e eventos.

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José Alberto Rodrigues
José Alberto Rodrigues

Olá! Me chamo José Alberto Rodrigues. Sou jornalista e pós-graduado em Comunicação e Marketing. Sou o Analista de Conteúdo na Onfly e nos últimos meses venho me dedicando a entender como funciona o mercado de viagens corporativas e como otimizar os custos de viagens das empresas. Para falar comigo, é só mandar um e-mail para [email protected]