Como o acordo entre Gol e Avianca impactará o mercado de viagens?
A promessa é que a nova holding, criada entre Gol e Avianca, possa reduzir custos operacionais e impactar positivamente fluxos aéreos
As companhias aéreas Gol e Avianca anunciaram a criação de uma nova holding latino-americana. Trata-se do Grupo Abra, que une os principais acionistas das duas gigantes aéreas. Apesar da união, ambas empresas permanecem com suas operações independentes. A expectativa é de que o negócio seja concluído no segundo semestre de 2022, já que ainda precisam do aval de órgãos reguladores e concorrenciais para o fechamento da nova empreitada.
O novo grupo, além de controlar a colombiana Avianca e a brasileira GOL , terá participação econômica não controladora de 100% dos interesses econômicos nas operações da Viva na Colômbia e no Peru e uma participação minoritária na Sky Airline (Chile), segundo informações do comunicado emitido pelas companhias.
A nova empresa, que aguarda alguns protocolos reguladores, terá capital fechado e sediada no País de Gales, no Reino Unido. Após finalização de contratos, as companhias informaram que outros investidores farão investimentos de até 350 milhões de dólares na Abra para terem certa liquidez de mercado.
Atualmente, de acordo com dados das companhias, a Avianca possui uma frota com mais de 110 aeronaves e é a companhia que lidera as atividades do setor na Colômbia, Equador e América Central, operando 130 linhas no continente. Já a Gol tem uma frota de 142 veículos e uma equipe de 14.100 profissionais de aviação.
Como Gol e Avianca impactarão o mercado de viagens?
Para quem trabalha fazendo viagens corporativas, a pergunta que fica é o que muda com esta união? Segundo o comunicado, o Grupo Abra fornecerá uma plataforma para que as companhias aéreas operacionais reduzam ainda mais os custos, obtenham maiores economias de escala, continuem a operar uma frota de aeronaves de última geração, e expandam suas rotas, serviços, ofertas de produtos e programas de fidelidade, como o Smiles, da Gol e o Lifemiles, da Avianca.
Como citado acima, as marcas continuarão independentes, cada qual com sua marca corporativa, identidade e estratégias. A ideia principal desta fusão é ganhar escala e reduzir custos para as operações das companhias aéreas, que obtiveram uma série de dificuldades financeiras desde a redução de demanda causada pela pandemia do coronavírus. Para que as companhias se beneficiem de “ maior eficiência e investimentos feitos pelo mesmo grupo controlador”.
Além de permitir uma redução nos custos de compras de insumos importantes para a operação como a querosene – que teve um elevado crescimento devido à guerra entre Rússia e Ucrânia, e “permitirá investimentos consistentes e sustentáveis em inovação e sinergias” entre Gol e Avianca.
Ainda de acordo com a nota emitida, o Grupo Abra também “garantirá que suas companhias operacionais sejam líderes na condução ambiental, social e corporativa (ESG) em seus mercados, fornecendo governança aprimorada, assim como solidez financeira para continuar investindo em uma frota com menor pegada de carbono, o que deverá acelerar significativamente o caminho do setor aéreo em direção ao cumprimento das metas de neutralidade de CO2”.
Com isso, a maior mudança perceptível seria um aprimoramento da malha aérea de ambas empresas, criando uma rota mais dinâmica para diversos destinos e com rotas complementares, com sobreposição mínima em seus mercados. Com estas mudanças, a companhia aérea Gol terá, possivelmente, uma maior oferta de tráfegos internacionais, principalmente na América Latina. Lembrando que esta união entre Gol e Avianca está sujeita às habituais aprovações regulatórias e condições de fechamento externo.
Todas as informações contidas neste post sobre a criação da nova holding podem ser conferidas neste link.
