Trabalho flexível: como a modalidade impacta as viagens corporativas?

Com novas modalidades, como o trabalho flexível, híbrido ou anywhere office, o cenário das viagens corporativas foi alterado; entenda como

Os dados mostram um fortalecimento das viagens corporativas e a tendência é que o setor continue em crescimento. Mas como o novo cenário de trabalho flexível, home office, anywhere office, dentre outras modalidades de prestação de serviços, afetam as viagens corporativas?

Já debatemos aqui no blog qual é o futuro das viagens a trabalho pós-pandemia da Covid-19 e não restam dúvidas: o contato presencial tem lugar garantido na rotina das empresas, principalmente para encantar clientes, fortalecer parcerias e consolidar marcas no mercado.

Afinal de contas, estabelecer relacionamentos durante uma viagem corporativa traz frutos também para os colaboradores. Dados da Sleep Junkies confirmam que 49% dos viajantes a trabalho estavam mais concentrados durante a viagem e 37% relataram até mesmo mais produtividade. Os números reforçam que os “novos ares” dos compromissos a trabalho trouxeram bons resultados! 

Para as empresas o retorno pode ser ainda mais expressivo. Uma pesquisa da Morning Consult mostrou que 77% dos viajantes de negócios afirmaram que reuniões presenciais e viagens de negócios promovem o contato de uma forma que as interações virtuais não conseguem.  

Mas já que o novo contexto de trabalho flexível e as viagens corporativas já coexistem, quais são os impactos dessas mudanças?

As viagens corporativas e o trabalho flexível já existem em simultâneo e, ao contrário do que o senso comum poderia supor, as duas práticas não são incompatíveis. Na verdade, os novos modelos de contratação, que fogem do tradicional 100% presencial, impactaram as viagens corporativas de uma maneira diferente do que se poderia imaginar. 

As viagens a trabalho continuam relevantes, mas podem ser feitas com mais flexibilidade de dias e horários – o que afeta a demanda nos aeroportos e rodoviárias para viagens corporativas. 

Além disso, não é incomum que colaboradores trabalhem de qualquer lugar (o famoso anywhere office) e isso permite estender viagens de lazer, ao mesmo tempo em que aumenta a procura por ambientes de coworking. 

Vamos falar um pouco mais sobre essas novidades a seguir! 

Dias de picos e horários de voos para viagens corporativas

A nova rotina de poder trabalhar em qualquer lugar, seja em casa, no hotel ou no coworking (vamos falar mais sobre esse tipo de espaço a seguir), mudou até mesmo a procura por voos em determinados dias e horários – que já eram considerados tradicionais para viagens a trabalho. 

Geralmente, os trabalhadores buscavam por voos que saiam bem cedo (sempre antes das 8h) ou depois do expediente, no final da tarde ou noite. Os horários durante a manhã ou tarde não eram tão buscados, por interromperem uma rotina de trabalho dentro do escritório. 

Mas, hoje em dia, com a possibilidade de trabalhar com o notebook (ou com o celular) em qualquer lugar, mesmo que seja no aeroporto ou durante o voo, permite que as passagens ao meio-dia também sejam busca frequente para colaboradores-viajantes. 

Além disso, com a flexibilidade do trabalho, também dá para ser mais versátil quanto aos dias de viagens, escapando da alta procura mais comum nos finais de semana. Essas informações foram divulgados pela American Airlines ao New York Times.

Com trabalho flexível, colaboradores podem trabalhar de qualquer lugar
Espaços destinados ao trabalho flexível também ganham espaço, até em aeroportos

Maior procura por espaços de coworking

Ainda como um reflexo da possibilidade de trabalhar fora das sedes e espaços tradicionais, a procura por ambientes adequados ao trabalho tem crescido. Espaços de coworking reúnem um local tranquilo, com conexão de internet de qualidade e boa iluminação, de fácil acesso e até mesmo com salas para reuniões. 

A procura por esse tipo de lugar para trabalho remoto tem aumentando até mesmo nos aeroportos, já que pode haver um tempo livre durante a conexão dos voos e os trabalhadores remotos podem precisar de um espaço apropriado. 

No Brasil, o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, já oferece um serviço deste tipo, mas essa é uma tendência mundial. Só para se ter uma ideia, a empresa responsável pelo coworking do aeroporto de Amsterdã pretende instalar novos mil espaços pelo mundo em 2023! 

E a demanda por esses ambientes, se depender dos trabalhadores remotos, deve continuar em alta. Em outubro de 2022, uma pesquisa do LinkedIn mostrou que 64% dos candidatos a emprego se candidataram a pelo menos uma vaga de emprego flexível e essas oportunidades atraem grande parte das inscrições

Bleisure: viagens de férias e de trabalho 

Embarcar antes dos dias de férias e conseguir trabalhar no seu destino de lazer ou estender a permanência e trabalhar por mais um período no lugar que você estava passeando… Isso é possível com o trabalho flexível. 

Na realidade, a combinação de trabalho e lazer em uma mesma viagem já existe há um tempo: esse é o bleisure ou workcations – nada mais nada menos do que “misturar” viagens de negócios e viagens a passeio em um mesmo destino. 

Dados elaborados pela Deloitte, que entrevistou quase 5 mil trabalhadores estadunidenses em setembro do ano passado, indicam que os viajantes adicionam uma média de seis dias às suas viagens devido ao trabalho remoto. Cerca de 17% dos jovens entre 18 e 34 anos estavam viajando pela possibilidade de trabalhar em qualquer lugar durante os feriados de final de ano dos Estados Unidos! 

Apesar de o bleisure ser uma tendência mundial já há algum tempo, a prática foi encorajada pelo trabalho remoto e o anywhere office. 

Viagens corporativas mudam de cenário com trabalho flexível
Viagens a trabalho combinadas com lazer ganham espaço no cenário de trabalho remoto

Viagens com mais valor

Em fala à Revista Forbes, ainda durante os momentos críticos da pandemia da Covid-19, Shawn Farshchi, CEO da Topia – empresa de mobilidade global de talentos, fez uma análise de como o trabalho flexível muda a maneira como as viagens corporativas acontecem. Segundo ele, a proposta é que as viagens sejam mais estratégicas e de longo prazo:

“Em vez de um funcionário voar 12 horas para uma reunião de uma hora com um cliente, as empresas exigirão mais ROI (retorno do investimento) e um caso de negócios mais forte. Por exemplo, os funcionários terão que planejar viagens de várias semanas, marcar mais reuniões e agregar mais ‘valor’ para justificar a despesa”.

Ou seja, viagens corporativas se alinham também a modelos de trabalhos flexíveis

A flexibilidade no trabalho não deteriora as viagens corporativas. Na verdade, modifica as tendências e comportamento dos colaboradores. Mas também fortalece viagens a trabalho com propósito e produtividade, assim como outros hábitos que precisam de foco e atenção, mesmo que aconteçam fora do escritório. 

E você? O que você acha que será tendência na hora de combinar trabalho flexível e viagens corporativas? Assine a nossa newsletter e tenha acesso a outras tendências do mercado de trabalho como esta. 

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Elaine Maciel
Elaine Maciel

Elaine é comunicóloga pela UFSJ e embarcou no desafio de fazer parte do time de comunicação e marketing da Onfly como Analista de Conteúdo. Para conversar com ela, basta enviar um e-mail para [email protected]!