Visto de trabalho: tudo o que você precisa saber antes de viajar a trabalho

Organizar uma viagem a trabalho para outro país inclui mais do que comprar passagens e reservar hotel. Para exercer atividades profissionais fora do país de origem, é indispensável compreender as exigências legais do país de destino, especialmente quanto ao visto de trabalho.

Ignorar esse ponto pode gerar atrasos, multas e até deportação. Neste guia, reunimos tudo o que você precisa saber sobre esse documento: o que é, quais os tipos, quanto custa, onde é exigido, como solicitar e dicas práticas para evitar dor de cabeça.

O que é o visto de trabalho?

O visto de trabalho é uma autorização concedida por um país estrangeiro para que um cidadão de outra nacionalidade possa atuar profissionalmente dentro de seu território de forma legal. Esse visto pode ser temporário ou permanente, a depender da natureza da atividade e da legislação local.

Assim, se um colaborador da sua empresa vai atuar fora do Brasil, seja por um projeto, uma transferência ou um contrato local, ele precisará do visto de trabalho correspondente ao país e à atividade que vai desempenhar.

Quanto tempo dura o visto de trabalho?

A duração varia conforme o tipo de visto e o país. De forma geral, o visto pode ter validade de alguns meses até vários anos. 

Vistos temporários geralmente acompanham o tempo do contrato de trabalho, enquanto vistos permanentes são emitidos sem prazo de expiração, embora possam exigir renovações periódicas ou comprovação de vínculo contínuo.

Qual o valor do visto de trabalho?

O custo também depende do país. Os valores variam entre US$100 e US$500, fora taxas consulares adicionais, exames médicos obrigatórios, tradução juramentada de documentos e eventuais custos com assessoria. 

Nos EUA, por exemplo, alguns tipos de visto exigem o pagamento da taxa Sevis (Student and Exchange Visitor Information System), que financia o sistema responsável por monitorar estudantes e visitantes de intercâmbio durante sua permanência. 

Além disso, é necessário preencher o formulário DS-160, um documento eletrônico obrigatório para todos os solicitantes de vistos temporários, que reúne informações pessoais, histórico de viagens e vínculos com o país de origem.

Empresas que pretendem enviar colaboradores para o exterior devem considerar esse custo como parte do investimento em viagens corporativas internacionais.

Tipos de visto de trabalho

Cada país possui diferentes categorias de visto de trabalho. Confira os principais tipos a seguir.

Visto de trabalho permanente

Indicado para quem pretende residir e trabalhar de forma definitiva no país de destino. Em geral, é exigido vínculo empregatício estável, comprovação de renda e, muitas vezes, integração cultural ou idioma. Em alguns casos, esse visto abre caminho para a cidadania.

Visto de trabalho temporário

É o tipo mais comum. Serve para projetos ou contratos com tempo definido, como consultorias, missões técnicas ou coberturas jornalísticas. A validade costuma ser de 6 a 24 meses, podendo ou não ser renovada.

Visto de trabalho para trabalhadores qualificados

Direcionado a profissionais com alta especialização (engenheiros, médicos, cientistas, etc.) em áreas com escassez de mão de obra local. É o caso do Blue Card europeu ou do visto H-1B nos Estados Unidos. Normalmente exige comprovação de diploma, experiência e fluência no idioma.

Visto de trabalho para transferência intraempresarial

Empresas multinacionais podem transferir colaboradores para filiais em outros países usando esse visto. É o tipo ideal para gerentes, executivos e especialistas que atuam em projetos globais. O funcionário permanece vinculado à empresa de origem.

Visto de trabalho sazonal ou por temporada

Aplicável a atividades com alta demanda em determinados períodos do ano, como colheitas, turismo ou eventos. O colaborador trabalha por poucos meses e depois retorna ao país de origem.

Visto para freelancers ou autônomos (nômades digitais)

Com o crescimento do trabalho remoto, muitos países criaram categorias para trabalhadores autônomos e nômades digitais. Esse tipo de visto permite trabalhar do exterior sem vínculo com empresa local, desde que o profissional comprove renda estável e atue remotamente.

Qual a diferença entre visto de trabalho e de residência?

Embora ambos sejam formas de permanecer legalmente em outro país, os objetivos são diferentes. Observe:

• o visto de trabalho é voltado para o exercício de atividade profissional e costuma estar atrelado a um contrato ou empresa;
• o visto de residência permite morar no país por um longo período, podendo ou não incluir permissão de trabalho. É comum para estudantes, familiares de residentes ou pessoas que desejam emigrar.

Em muitos países, o visto de trabalho pode ser convertido em visto de residência após determinado tempo de permanência e comprovação de vínculo.

Quais países exigem visto de trabalho?

EUA, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Austrália, Nova Zelândia, China, Índia e Emirados Árabes estão entre os países que exigem visto específico para quem deseja trabalhar legalmente em seu território.

Mesmo países com acordo de isenção de visto para turismo com o Brasil exigem autorização formal para atividades remuneradas.

Vale lembrar: cada país possui regras próprias. O que é válido em Portugal pode ser diferente na Alemanha ou nos EUA. Por isso, o planejamento deve começar com a verificação das exigências consulares do destino.

Passo a passo para solicitar o visto de trabalho

O processo pode variar, mas costuma seguir etapas parecidas.

1. Verifique os requisitos do país de destino diretamente nos canais oficiais, como os sites das embaixadas ou consulados;
2. obtenha uma oferta de trabalho formalizada, como uma carta convite, contrato assinado ou documento equivalente;
3. reúna a documentação necessária, como passaporte válido, formulários específicos preenchidos, currículo atualizado, diplomas, fotografias e comprovantes de renda;
4. providencie a tradução juramentada dos documentos, caso exigida pelo país de destino;
5. agende a entrevista consular, se for solicitada, e prepare-se para responder sobre sua trajetória profissional e objetivos da viagem;
6. realize os exames médicos exigidos e pague as taxas administrativas e consulares correspondentes;
7. envie toda a documentação conforme orientações da embaixada ou consulado e acompanhe o status do processo até a emissão do visto.

Para saber mais sobre o planejamento completo de uma viagem a trabalho internacional, acesse também nosso conteúdo: Viagens corporativas internacionais: oportunidades e desafios!.

Dicas para evitar problemas com o visto de trabalho em viagens corporativas

Solicitar um visto de trabalho pode ser burocrático, mas é possível tornar o processo mais fluido com alguns cuidados.

Antes de mais nada, comece com antecedência. Muitos consulados enfrentam alta demanda em determinadas épocas do ano, e a análise do processo pode levar semanas ou até meses. Por isso, quanto antes iniciar, melhor.

Além disso, jamais tente trabalhar com um visto de turista. Além de ser ilegal, isso pode resultar em deportação e até impedir futuras entradas no país.

Utilize sempre os canais oficiais para reunir informações e enviar a documentação. Em caso de dúvida, procure uma consultoria especializada. Isso evita erros que podem custar caro.

Outro ponto importante é verificar se o passaporte está válido por pelo menos seis meses, exigência comum na maioria dos países.

Certifique-se também de estar solicitando o tipo correto de visto. Mesmo para viagens curtas, como eventos e treinamentos, alguns destinos exigem um visto de trabalho específico.

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