Carbono de viagem corporativa integral: como medir e reduzir o impacto real

A maioria dos guias sobre emissões fala apenas do voo. Mas uma viagem corporativa tem muito mais camadas: transporte terrestre, hospedagem, alimentação, deslocamentos internos, eventos e até o uso de energia em reuniões.
Tratar apenas o carbono aéreo é subestimar o impacto real — e, para empresas com metas de sustentabilidade, isso é um erro estratégico.
O conceito de carbono integral de viagem corporativa surge justamente para preencher essa lacuna: medir, reduzir e relatar todas as emissões associadas à jornada do viajante, em um modelo alinhado ao ESG e à governança ambiental corporativa.
O que engloba o “carbono integral” de viagem corporativa
Quando se fala em neutralização de carbono, é comum focar apenas no transporte aéreo. Afinal, os voos representam a maior parte das emissões.
Mas uma viagem de negócios envolve um ecossistema de deslocamentos, consumos e atividades que também geram impacto — e que precisam ser contabilizados.
O cálculo do carbono integral deve incluir as seguintes etapas:
1. Emissões de voo
É o ponto de partida da maioria dos relatórios, mas deve considerar variáveis além da distância percorrida:
- classe da passagem (executiva emite mais que econômica);
- tipo de aeronave;
- eficiência da rota (voos diretos x conexões);
- carga total transportada.
Mesmo dentro da categoria “voo”, há diferenças relevantes. Por exemplo, um voo doméstico de curta distância pode ter intensidade de emissão maior por quilômetro percorrido do que um voo internacional direto, devido ao consumo relativo durante decolagem e pouso.
Leia também: Guia completo para calcular a pegada de carbono em viagens corporativas
2. Transporte terrestre
As emissões do trajeto entre aeroporto, hotel, escritórios e eventos costumam ser ignoradas — mas contam. Aqui entram:
- traslados corporativos;
- transporte por aplicativo;
- aluguel de veículos; e
- uso de transporte público.
Mesmo deslocamentos curtos somam um volume significativo ao longo do ano.
Empresas com programas de viagem sustentável devem registrar todos os quilômetros rodados e priorizar modais coletivos, elétricos ou híbridos quando possível.
3. Hospedagem
A permanência em hotéis representa outro grande componente do carbono integral.
Cada hospedagem consome energia elétrica, água, gás, lavanderia e serviços de limpeza.
O impacto varia conforme:
- o tamanho do hotel e a eficiência energética da operação;
- práticas de sustentabilidade (reuso de toalhas, iluminação LED, fontes renováveis); e
- padrão de conforto contratado (quartos individuais, ar-condicionado contínuo, amenidades plásticas).
Optar por hotéis certificados em sustentabilidade — como os reconhecidos pelo selo “Carbono Neutro” ou “Green Key” — reduz o impacto e reforça a responsabilidade ambiental da empresa.
Saiba mais em: Aeroporto de Confins é neutro em carbono — e o que isso ensina para o turismo corporativo
4. Refeições e alimentação
Os hábitos alimentares durante a viagem também entram na conta.
Alimentos de origem animal, refeições industrializadas e embalagens descartáveis elevam a pegada de carbono.
Por outro lado, priorizar opções locais e sazonais reduz o impacto logístico e estimula economias regionais.
Empresas podem incentivar boas práticas, como:
- oferecer vouchers para restaurantes parceiros com cardápio sustentável;
- orientar sobre escolhas alimentares de menor impacto;
- incluir a alimentação no cálculo total de emissões da viagem.
5. Atividades corporativas e eventos
Reuniões presenciais, uso de salas de conferência, coffee breaks e participação em eventos também consomem energia, transporte e recursos físicos.
Empresas que realizam eventos híbridos ou optam por formatos digitais reduzem significativamente suas emissões — sem comprometer a produtividade.
Além disso, medir o carbono dessas atividades ajuda a montar relatórios mais completos de emissões escopo 3, essenciais para quem segue padrões como o GHG Protocol.
Como estimar emissões para cada etapa da viagem
O cálculo do carbono integral exige consistência e padronização. Há diferentes metodologias e ferramentas para mensurar emissões, mas o princípio é o mesmo: coletar dados, aplicar fatores de emissão e consolidar tudo em relatórios integrados.
Veja como funciona em cada fase:
1. Dados de transporte aéreo
Use ferramentas que consideram modelo de aeronave e distância real (em quilômetros), como ICAO Carbon Emissions Calculator ou APIs de companhias aéreas.
Essas informações alimentam o cálculo automático de CO₂ por passageiro.
2. Dados de transporte terrestre
Registre a quilometragem percorrida e o tipo de combustível. A base de cálculo pode ser obtida em inventários públicos de emissão, como os da ANP (Agência Nacional do Petróleo) ou do IBAM.
Empresas com frota própria podem integrar dados diretamente com o sistema de viagens.
3. Dados de hospedagem
Solicite aos hotéis relatórios de sustentabilidade ou médias de emissão por diária (em kg de CO₂e).
Muitos grupos internacionais já publicam esses dados em seus sites. Em caso de ausência, utilize valores padrão de referência (ex.: 15 kg de CO₂e/dia para hospedagem média urbana).
4. Dados de alimentação e eventos
Para refeições, use fatores médios com base na origem dos alimentos.
Em eventos, inclua transporte dos participantes, consumo de energia e resíduos gerados.
A integração de todos esses dados em um sistema único — como o painel da Onfly, que consolida deslocamentos, hospedagens e reembolsos — permite gerar relatórios automáticos de carbono corporativo, facilitando auditorias e entregas ESG.
Veja também: A importância dos relatórios de emissão de carbono corporativo
Estratégias para reduzir emissões em cada etapa
Medir é o primeiro passo. O segundo é agir.
Gestores que já conhecem o impacto total da viagem corporativa podem aplicar ações de redução, compensação e engajamento, integradas à estratégia ESG da empresa.
1. Reduzir voos e priorizar deslocamentos inteligentes
Nem toda reunião precisa ser presencial.
Avalie alternativas de videoconferência e priorize voos diretos ou companhias aéreas com programas de biocombustível sustentável (SAF).
Menos conexões = menos emissões.
2. Optar por transporte de baixa emissão
Incentive o uso de carros elétricos, transporte público ou compartilhado.
Para trajetos curtos, prefira deslocamentos a pé ou por bicicleta corporativa, quando disponíveis.
3. Escolher hospedagens sustentáveis
Inclua critérios ambientais nas reservas, como eficiência energética, gestão de resíduos e uso de energias renováveis.
Plataformas como a Onfly já permitem filtrar hotéis com certificações ambientais, simplificando o processo de seleção.
4. Incentivar práticas sustentáveis no dia a dia da viagem
Pequenas atitudes fazem diferença:
- reduzir impressões e brindes em eventos;
- reutilizar toalhas e lençóis;
- desligar luzes e ar-condicionado ao sair do quarto;
- evitar embalagens plásticas e descartáveis.
5. Compensar o carbono residual
Mesmo com boas práticas, sempre haverá emissões residuais.
A compensação pode ser feita via créditos de carbono certificados, investindo em reflorestamento, energia limpa ou captura de carbono.
O importante é que a compensação seja transparente, rastreável e conectada ao relatório de sustentabilidade da empresa.
Por que integrar tudo em um único relatório
Ao consolidar as emissões de voo, hotel, transporte, alimentação e eventos em um só documento, o gestor obtém uma visão completa do impacto e pode comunicar resultados de forma estratégica.
Esse tipo de relatório atende padrões internacionais de sustentabilidade e fortalece o posicionamento ESG da empresa perante o mercado.
Além disso, quando integrado a uma plataforma de gestão de viagens corporativas, o relatório deixa de ser um desafio técnico e passa a ser uma ferramenta de governança — permitindo decisões baseadas em dados, metas claras de redução e rastreabilidade total.
Gestão inteligente para um futuro de baixo carbono
O carbono de viagem corporativa integral é o próximo passo da sustentabilidade nas empresas.
Mais do que medir o impacto, é sobre compreender a jornada completa do colaborador e alinhar cada decisão ao propósito ambiental da marca.
Com a Onfly, gestores têm acesso a relatórios automatizados, controle de reservas e ferramentas que simplificam a gestão de carbono — tudo em um único ecossistema digital.
Assim, é possível transformar viagens corporativas em ações conscientes, transparentes e alinhadas às metas ESG.
Sustentabilidade não é mais um diferencial: é parte do planejamento estratégico. E quem começa agora sai na frente — com dados, propósito e responsabilidade.
FAQ – Carbono de viagem corporativa
1. O que é o carbono integral de uma viagem corporativa?
O carbono integral representa todas as emissões geradas durante uma viagem corporativa, e não apenas as do voo. Isso inclui transporte terrestre, hospedagem, alimentação, eventos e deslocamentos locais.
Esse cálculo oferece uma visão real do impacto ambiental da empresa e permite estratégias mais eficazes de compensação e redução.
2. Como calcular o carbono de uma viagem corporativa?
O cálculo envolve somar as emissões de voo, transporte, hospedagem, alimentação e atividades. Para cada etapa, aplicam-se fatores de emissão específicos (como litros de combustível, quilometragem percorrida ou energia consumida).
3. Por que medir o carbono de viagem corporativa é importante?
Medir as emissões é essencial para alinhar o negócio às práticas de sustentabilidade e governança (ESG).
Além de reduzir o impacto ambiental, o monitoramento ajuda a evitar greenwashing, atender exigências de relatórios de sustentabilidade e demonstrar responsabilidade corporativa de forma transparente.
4. Quais são as principais fontes de emissão em uma viagem corporativa?
As maiores fontes são:
- voos, principalmente internacionais;
- transporte terrestre (traslados, carros alugados, aplicativos);
- hospedagem, pelo consumo de energia e água;
- refeições com alta pegada de carbono (carnes, alimentos ultraprocessados); e
- eventos e deslocamentos locais que exigem energia e logística adicional.
5. Como reduzir as emissões de carbono em viagens de negócios?
Algumas ações práticas incluem:
- priorizar reuniões virtuais e viagens essenciais;
- escolher voos diretos e companhias com biocombustível sustentável (SAF);
- optar por transporte elétrico ou compartilhado;
- hospedar-se em hotéis certificados em sustentabilidade; e
- incentivar hábitos conscientes, como reuso de toalhas e redução de plástico.
6. É possível compensar o carbono de viagens corporativas?
Sim. Após medir as emissões, a empresa pode comprar créditos de carbono certificados para compensar o impacto residual.
Esses créditos financiam projetos ambientais, como reflorestamento, energia renovável e captura de carbono. O ideal é que essa compensação esteja vinculada ao relatório de sustentabilidade da empresa.
7. Como a Onfly ajuda na gestão de carbono em viagens corporativas?
A Onfly centraliza todos os dados da viagem — reservas, deslocamentos e hospedagens — e gera relatórios automáticos de gastos.Assim, o gestor consegue analisar, reduzir e reportar o carbono de forma integrada, unindo sustentabilidade e eficiência operacional.

![[Case de Sucesso] Madero grupo madero onfly](https://www.onfly.com.br/wp-content/uploads/2024/11/image-20241113-102016-785.png)



