Posso levar meu pet em uma viagem corporativa?

Quem tem animais de estimação sabe o quão difícil é ter que viajar a trabalho e não poder levar o seu pet. Seja por não ter com quem deixar o animalzinho ou por ser muito apegada ao animal, muitas pessoas ficam com essa dúvida de poder levar ou não o pet em uma viagem corporativa. 

Antes de começarmos a falar sobre o assunto em si, é importante frisar que a pandemia proporcionou mudanças significativas na forma em que algumas pessoas e empresas encaram uma viagem corporativa dentro de uma organização. As novas formas e hábitos de se trabalhar renderam outras perspectivas de modelos de trabalho.  Em uma pesquisa da Great Hotels of the World (GHOTW), 75% dos entrevistados disseram que estenderam suas viagens de negócios para fins de lazer no ano passado, o famoso formato bleisure, por exemplo.

Mas e aí? Posso levar meu pet em uma viagem corporativa?

Os pets foram companheiros e ajudantes importantes no auge da pandemia e das normas de distanciamento social que consequentemente ocasionou a prática do home office de forma massiva na sociedade. Mas no ambiente presencial essa relação teve de ser interrompida. De acordo com a pesquisa Radar Pet, mais de 37 milhões de casas brasileiras têm algum animal de estimação e, em 30% os animais foram adotados durante o período de isolamento social. 

Imagina o impacto disto neste momento pós auge da pandemia?

Segundo pesquisa da Decode, empresa especializada em análise de dados, as buscas por hotéis “pet friendly”, que aceitam animais de estimação, cresceram 238% e a busca por informações sobre como levar cachorro em avião 170%.

Em primeiro lugar é importante entender sobre o quão rigorosa é a empresa em relação a isso. Muitos gestores e acionistas podem enxergar isso como uma distração e que pode prejudicar os planos traçados para a viagem. Além de analisar se realmente levar o seu pet será benéfico para o seu trabalho em outra região ou país. 

Levando isso em consideração, o outro ponto é recorrer à política de viagens da sua empresa. Neste documento conterá todas as regras, informações e especificações para as viagens a trabalho realizadas por colaboradores para a empresa. Portanto, é um documento que serve como guia para o colaborador e gestores.

Por ser um documento de política, ele precisa conter todas as regras sobre os gastos com passagens aéreas, transportes, deslocamentos, hospedagens, alimentação, entre outros procedimentos necessários para o bem-estar do viajante e realização do objetivo da viagem. 

O que pode incluir a presença de um animal durante a viagem e sobre o que será reembolsado ou não deste “pequeno colaborador animal”. Lembrando que provavelmente nesta situação, você terá que arcar com todas as despesas do seu pet, caso não tenha um política sobre isso na sua empresa. 

Aliás, este documento também deve especificar as normas para reembolsos de despesas, pagamentos de diárias, emissão de relatórios e prestação de contas. Afinal, é a política de viagem da empresa que informará todos os detalhes das viagens a trabalho para que não haja mal-entendimento ou dúvidas.

Não tem nada sobre o assunto na sua política de viagens? Diálogo é a base de tudo. Converse com o gestor de viagens e superior direto para avaliarem a sua situação. Explicar a situação com o seu gestor de viagens é imprescindível para evitar quaisquer problemas. Afinal, os bichanos precisam de uma atenção especial, que pode sim impactar sua relação com a viagem de negócios.

Tá autorizado? O que devo fazer?

Se a situação estiver tudo ok para com sua empresa, é preciso avaliar o bem estar do seu pet nesta viagem e os documentos necessários para este transporte. Afinal, nem todas as raças são aceitas, devido ao peso e condições físicas do animal. O atestado de saúde do animal e as carteiras de vacinação também devem estar em dia. É necessário também um atestado assinado por um veterinário até 10 dias antes do embarque sobre o estado geral do pet.

Para viagens de carro, é necessário que o pet possua a cadeirinha ou cinto de segurança próprio, para que ele não fique solto no banco traseiro.

Quando você está indo para uma viagem internacional, é preciso analisar as leis e diretrizes que se aplicam ao destino final. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o “trânsito de cães e gatos entre países exige documento emitido pela autoridade veterinária do país de origem e aceito pelos países de destino, atestando as condições e o histórico de saúde do animal de estimação bem como o atendimento às exigências sanitárias do país de destino”. 

No Brasil, os documentos utilizados para essa finalidade são o CVI (Certificado Veterinário Internacional) e o Passaporte para Trânsito de Cães e Gatos, que são expedidos por Auditores Fiscais Federais Agropecuários das unidades de Vigilância Agropecuária Internacional (VIGIAGRO). 

Em voos para fora do Brasil, é preciso solicitar ao MAPA a emissão do Certificado Veterinário Internacional (CVI), para comprovar a boa condição sanitária do animal para ingressar em outro país.  O pedido deve ser feito com até 60 dias de antecedência no Órgão público. 

Cada país tem suas normas e leis de autorização para entrada e permanência de um pet numa viagem corporativa ou uma viagem de férias, por exemplo. Por isso, o planejamento deve ser um aliado para não deixar nada pendente e não criar dores de cabeça. 

Segundo o Ministério, a emissão do CVI para países como Argentina, Bolívia, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Japão, México, Paraguai, Uruguai e Venezuela é exclusivamente produzida na internet por meio do Portal de Serviços do Governo Federal. Para trânsito pela União Europeia com animal despachado é necessário a emissão de um “CVI de Trânsito” atendendo todos os requisitos da União Europeia, além do CVI de destino com atendimento dos requisitos do país.

Lembrando que é de responsabilidade do proprietário do animal procurar se informar sobre as exigências junto à Embaixada/Consulado do país de destino.

Todas as informações podem ser acessadas aqui. 

esg
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José Alberto Rodrigues
José Alberto Rodrigues

Olá! Me chamo José Alberto Rodrigues. Sou jornalista e pós-graduado em Comunicação e Marketing. Sou o Analista de Conteúdo na Onfly e nos últimos meses venho me dedicando a entender como funciona o mercado de viagens corporativas e como otimizar os custos de viagens das empresas. Para falar comigo, é só mandar um e-mail para [email protected]