A entrada da Onfly no programa da Endeavor diz muito sobre a… Onfly 💙

Hoje anunciamos publicamente que fomos aceitos na segunda turma do Scale-Up Endeavor 2022, e particularmente é um marco interessante na nossa jornada.

Eu sou fã da Endeavor há anos, os empreendedores e profissionais mais fodas que conheço fazem parte desta rede, que tem uma missão nobre de promover o empreendedorismo no país.

A gente começou esta jornada da Onfly no final de 2018, com uma ideia, uma visão, uma baita vontade de fazer acontecer, e totalmente bootstrapping, termo conhecido quando uma startup não capta dinheiro com investidores de risco, em resumo, coloca dinheiro próprio no jogo.

Era dinheiro nosso mesmo, na raça abrimos mão de uma vida profissional razoavelmente estabilizada como executivos e pulamos pra dentro de um negócio que não fazíamos ideia do que seria, e honestamente, com pouco conhecimento do segmento.

Desde 2019, nos aplicamos ao programa de Scale-up da Endeavor, no total, foram 4 nãos, e em todas as negativas, absolutamente todas, de forma muito elegante através de feedbacks pelos agentes da Endeavor (são uns fofos), eu agradeci, e falei que continuaria tentando no próximo semestre…

Jamais desistimos de participar do programa…

Tem gente, que na primeira negativa desiste e joga a toalha e tem outros, que inclusive utiliza do mesmo argumento da raposa, quando não consegue alcançar as uvas: “Ela não era tão gostosa assim”

Nunca deixamos de admirar a Endeavor, e de tanto insistir, conseguimos…. foi na quinta tentativa! Ufa!

Aqui na Onfly, as coisas nunca aconteceram de primeira!

O único cheque de investidor que recebemos veio 2 anos depois do nosso lançamento, e tomamos pelo menos uns 30 “NÃOS” de vários fundos de investimento!

Eu meio que perdi a conta, mas lembro que falei com muita gente, e fui rejeitado por todos, exceto uns malucos de Brasília, que toparam a investir na gente, aliás, bem no meio da pandemia.

Eu realmente acho que saber lidar com rejeição faz uma baita diferença na vida das pessoas, e acredite, parece que existe até técnica para lidar com isto, dê uma olhada depois neste TED onde Jia Jiang conta sobre os aprendizados em uma jornada de 100 dias de rejeição!

Sobre os “NÃOs” recebido dos investidores, teve de tudo, uns são elegantes em te dar um retono, outros nem respondem, e tem alguns que não apenas dá a negativa mas se esforça pra tentar te colocar pra baixo, parece que sentem um orgasmo ao falar mal do seu negócio!

Mas veja, está tudo bem, faz parte e isto não pode te abalar, eu tenho empatia e imagino que a agenda do outro lado sempre deve estar lotada, e dar uma devolutiva negativa sobre um processo, talvez seja a última das prioridades para um VC…

No meio da Covid, a gente quase quebrou!

Aliás, sendo honesto, quebramos…

Mas fomos teimosos, continuamos trabalhando, focados e as coisas graças a Deus começaram a melhorar meses depois!

Sabem as frases que mais ouvi na pandemia?

“Já fecharam?”

“Vão pivotar?”

“Ainda continua na Onfly?”

“Porquê você não volta para o mercado?”

“Viagens corporativas não volta mais não, se eu fosse você ira pra outro mercado”

E veja, ouvi isto de pessoas que gostam de mim, elas estavam realmente preocupadas com meu futuro!

Tivemos que tomar decisões difíceis como desligar 95% do time, enquanto boa parte do mercado estava encantado com a narrativa falaciosa do “não demita”!

Veja bem, do ponto de vista econômico para não ter “não demita”, deveria ter “não deixe de ir ao restaurante”, “não deixe de entrar no avião”, “não deixe de viajar”, “não cancele os contratos com o seus fornecedores”…

Pois boa parte das empresas de turismo e entretenimento na pandemia tiveram uma queda de receita perto de 100%, no caso da Onfly, entre abril, maio e junho, a queda foi de 99,5%, agora me contem como não reduzir despesas, se a receita cai 99%?

E despesas com pessoas, representa quase 90% das despesas de uma empresa de software, que não tem custo de mercadoria vendida e não tem estoque (Graças a Deus).

E note, pagamos 100% de todas as recisões, tim-tim por tim-tim, sem parcelamento, sem enrolação, raspamos o que tinha no banco para acertar com as pessoas, dois meses depois todos já estavam bem empregados, e felizmente, muitos voltaram a trabalhar conosco 😉

Empresas deste setor que não desligaram, foram irresponsáveis, e algumas 6 meses depois quebraram e não pagaram ninguém, pediram RJ, falaram para o colaborador ir para a justiça e simplesmente falaram que não tinham dinheiro!

A importância da Garra

Todo mundo que entra na Onfly, ganha um kit de boas vindas com o livro Garra, de Angela Duckworth, talvez seja o livro que mais tenha me inspirado nos últimos 5 anos!

Não é papo barato de coach, tem bastante ciência no livro, ele conta que ao invés do talento inato, o trabalho duro, a disciplina, a persistência são os grandes fatores para alguém alcançar seus objetivos.

Reserve 6 minutos do seu tempo agora e veja o TED da autora aqui embaixo.

Garra é aquele livro que deve guiar todos os colaboradores da Onfly, independente da posição, departamento ou nível hierárquico. Veja bem, se o colaborador é do time de vendas, para cada um “sim” existem uns 9 “nãos”, não dá para desistir no meio ou jogar a toalha quando alguém fala um “não”, uma característica relevante para bons vendedores é a persistência.

Para o time de tech, eu não me recordo de nenhuma vez que eu fiz um código e rodou de primeira, sempre dá erro, você volta e conserta, dai acontece outro erro, mais um erro, novamente você concerta, ai quando você percebe, já se passaram 8 horas e você está resolvendo o mesmo problema, até que uma hora, magicamente, pela persistência a coisa acontece.

Poucos sabem, mas as primeiras linhas de código do software da Onfly foi eu que fiz, ao lado do Alaim, nosso sócio e atual CTO, eu trabalhava umas 9 horas por dia no antigo emprego, chegava em casa, abria o computador e continuava trabalhando, até mais ou menos umas 2 horas da manhã. Esta rotina durou mais ou menos uns 6 meses.

Concomitantemente, nos primeiros 18 meses, eu e o Elvis trabalhamos todos os sábados, entrevistando pessoas, fazendo marketing, e montando a estratégia de produto e vendas (ele também era executivo em outra empresa, aliás, foi dele a ideia da Onfly, obrigado Elvis!) .

Aqui na Onfly, o tempo todo tentamos cultivar de forma consistente a garra, através do interesse, da prática, do propósito e da esperança.

Não tem nenhum gênio talentoso aqui, existem pessoas que se esforçam muito, tomam muita porrada, e continuam de pé, trabalhando bastante, não tem muito segredo, é aquela história que a autora conta no livro:”Ter garra é cair sete vezes e levantar oito”.

Vamos em frente, caindo, levantando, errando e acertando, não existe outra jornada empreendedora.

Obrigado Endeavor pela confiança, e estamos ansiosos em aprender muito por aqui!