Recém aprovado pela Anvisa, o autoteste de pesquisa de antígeno de Covid-19 é uma forma de triagem para um diagnóstico final da doença. Como usar? Te explico tudo agora!
Desde o dia 28 de janeiro de 2022, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou os requisitos e procedimentos para a solicitação de registro, distribuição, comercialização e utilização dos autotestes para detecção do antígeno da Covid 19. A resolução, publicada no Diário Oficial do União, tem como objetivo fortalecer as estratégias de enfrentamento da pandemia decorrente do vírus, como o uso de máscaras e a campanha de vacinação.
Essa “novidade”, para casos de coronavírus, já é difundida em diversos países que viram no exame uma alternativa para a ampliação da testagem na população, com base em suas políticas de apoio ao cidadão. Mas só agora chegou ao Brasil após formalização e pedido do Ministério da Saúde. A agência reguladora vem analisando os pedidos de registro como casos prioritários e só poderão ser comercializados no país após registro do produto junto ao Órgão.
Por ser algo inédito é normal que dúvidas apareçam. Mas os seus problemas acabaram! Rs.
Bora lá que vou te contar tudo o que você precisa saber sobre os autotestes e se podem ser usados como comprovantes para suas viagens. Boa leitura!
O que são autotestes?
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o autoteste é um método em que uma pessoa coleta sua própria amostra biológica, realiza um tipo específico de teste e interpreta o resultado sozinho ou com algum conhecido, sem a necessidade de um profissional da saúde. Obviamente, seguindo todas as recomendações e instruções de uso do produto. Este tipo de processo foi desenvolvido como uma forma de aumentar a autonomia do indivíduo e desafogar centros e estabelecimentos de saúde.
Os autotestes fornecem um resultado orientativo, ou seja, eles indicam que alguém pode estar infectado com o vírus e que esta pessoa deve iniciar uma quarentena preventiva ou algum tipo de tratamento. Esse tipo de exame não é conclusivo para um diagnóstico pontual. Isso se deve porque estes produtos são manuseados por pessoas sem treinamento técnico ou científico, o que a Anvisa gosta de chamar de usuários leigos (Nós, meros mortais rs).
No autoteste, por exemplo, não há necessidade de levar a sua amostra para um laboratório, como é no caso das auto coletas para exames de urina e fezes. Você mesmo acompanha e realiza as etapas de testagem.
Ela faz o teste dela! ♫
No caso dos testes rápidos para a Covid usados em farmácias, centros de saúdes e hospitais, a Anvisa salienta que eles não devem ser manuseados por usuários leigos. A própria Anvisa informa que estes produtos podem ter divergências quanto ao desempenho, tipo de amostra e orientações de uso. Tem aparelhos que só especialistas sabem usar, né, e os autotestes são desenvolvidos especialmente para não praticantes deste tipo de ação. Por isso, atenção!
Como funciona o autoteste?
Sentiu algum sintoma ou teve contato com alguém que testou positivo para o vírus? Você já pode utilizar o autoteste. Lembrando que o uso deste método não é recomendado para sintomas graves da doença, como falta de ar, saturação de oxigênio abaixo de 95%, letargia e sinais de desidratação. Se passar por esses sintomas, procure imediatamente um serviço de saúde.
Aquelas regrinhas básicas para realização do teste rápido: Apresentou os sintomas? O autoteste pode ser utilizado no período entre o 1º ao 7º dia do início dos sintomas. Não apresentou os sintomas? O autoteste pode ser utilizado a partir do 5º dia de contato com o infectado.
Caso opte por realizar o autoteste, após os sintomas, você pode ir comprar o seu autoteste no ponto de venda mais próximo da sua casa. O produto, disponibilizado para todos, poderá ser comercializado em farmácias, drogarias e estabelecimentos de saúde de artigos médicos que estejam licenciados junto à vigilância sanitária.
E é expressamente proibida a venda de autoteste em sites de e-commerce, tais como Mercado livre, Amazon, Americanas, Shoppe dentre outros. Se encontrar um autoteste nestes locais na web, desconfie. Vendas onlines de autotestes só poderão ser realizadas em ambientes digitais legalizados para este fim.
Bom! Agora é escolher qual teste fazer. Para o autoteste em casos de Covid-19, a Anvisa aprovou dois tipos de auto coletas para o cidadão leigo: amostras de saliva ou de swab nasal não profundo. A coleta do exame com saliva é muito simples. Basta o possível contaminado coletar cerca de 2mL de saliva e cuspir em um recipiente fornecido na embalagem do produto.
Já o swab nasal, o famoso cotonete, é uma haste fina que tem uma ponta macia em que a amostra vai ser coletada por meio da introdução no nariz (nas duas narinas) de forma não profunda.
Por questões de segurança, não são permitidos aos usuários leigos a auto coleta de amostras nasofaríngea (quando é recolhida amostra de forma profunda no nariz) ou orofaríngea (em que a amostra é coletada na região da garganta).
Afinal, não dá pra sair enfiando qualquer objeto no nariz, né?!
Como analisar um resultado?
Fez o teste e já aguardou o tempo estipulado na embalagem do produto? Existem duas áreas de atenção no dispositivo para o teste: a área de controle, representada pela consoante C, e a área teste, no caso a consoante T no visor. A letra C confirma se o reagente e a amostra se espalharam corretamente pela fita. Agora, o T é, de fato, o resultado do exame.
Após fazer o teste, o produto pode te apresentar três tipos de resultados.
Resultado positivo ou reagente: O seu resultado dará positivo quando a linha ou traço fica visível na área controle (C) e na área teste (T) ou seja aparecerá duas linhas no dispositivo do autoteste, independente da intensidade da cor. Neste caso, você deve realizar o seu isolamento social preventivo e avisar as pessoas com quem você teve contato para também realizarem o teste. A confirmação do diagnóstico é feita nos estabelecimentos de saúde.
A Anvisa informa que “os autotestes são utilizados para orientação (triagem) e existe a possibilidade de resultados errados, chamados de falso positivos”.
Resultado negativo ou não-reagente: Neste caso, apenas a linha/traço na área controle (C) ficará visível no dispositivo do autoteste. É importante frisar que esse resultado não descarta a possibilidade de infecção pelo vírus, pois a testagem pode ter sido feita durante o período de incubação.
Resultado inconclusivo: Sim, o autoteste pode ter um resultado inválido. E acontece quando após o tempo estimado para o teste só aparece somente a linha ou traço na área teste (T) ou quando não aparece nenhuma linha nas duas áreas existentes. Além disso, pode ocorrer de não conseguir diferenciar nenhuma das linhas e aparecer uma imagem borrada no dispositivo. Se acontecer, realize um novo teste.

Como saber se o meu autoteste é aprovado pela Anvisa?
Apenas as empresas habilitadas legalmente podem solicitar o registro do produto de que trata esta Resolução. Para saber se o seu produto é legalizado basta acessar este link.
O resultado do autoteste é válido para viagens nacionais e internacionais?
Como disse lá no início da nossa conversa, os autotestes possuem um caráter orientativo. Ou seja, não são um atestado médico. Este tipo de método não fornece um diagnóstico
e serve apenas como triagem para orientar o usuário sobre o risco de transmissão do vírus e as medidas que podem ser adotadas. Somente os testes realizados por profissionais de saúde, que apresentam laudos oficiais quanto a identificação ou não do antígeno ou material genético do vírus na amostra, é que são aceitos como comprovantes para fins de viagens.
Por isso, a resposta é não. Os autoteste não são comprovantes e não podem ser usados em suas viagens.
Em eventos que requerem apresentação de testes de Covid-19 e situações que precisem de comprovação do estado de saúde, para solicitar licença/atestado médico, os autotestes também não são válidos.
Gostou do nosso conteúdo? Quer ficar por dentro de todas as novidades do mundo de viagens corporativas? Assine nossa newsletter
