6 travel techs que podem surpreender e realizar IPO ainda em 2021

Conheça nossas apostas de travel techs que podem fazer o IPO ainda em 2021, todas elas possuem tamanho, porte, tecnologia e uma liderança visionária. Tudo que investidores estão buscando 😉
black november onfly

O setor de turismo derreteu em 2020. Segundo o IBGE, o índice de atividades turísticas despencou 36,7% ano ano.

Com o advento da Covid-19, cidades inteiras barraram suas fronteiras, hotéis e restaurantes foram fechados, vôos foram cancelados e remarcados.

O principal player do setor, a CVC, que tem capital aberto na B3, viu seu valor de mercado cair mais de 50%, e companhias aéreas como a  Azul e a GOL, também listadas na B3, caíram em média 35%, depois de quase 85% de queda no auge, em Março de 2020.

A retomada do setor está sendo lenta. Curiosamente, as viagens a lazer retornaram mais rápido, enquanto as empresas ainda enxergam muito risco em colocar os colaboradores em viagens.

Mas ninguém contava que, com a nova cepa e um novo aumento de contaminações e mortes pela Covid-19 em 2021, exatos 12 meses depois do início da pandemia em março de 2020, o Brasil atingiria o auge de casos e novamente medidas mais restritivas como lockdowns passariam a ser adotados nas principais cidades brasileiras.

E ai é mais um balde de água fria para o setor, com o retorno do alto volume de cancelamentos e remarcações.

No entanto, a vacina já existe! Já temos quase 5% da população brasileira vacinada (somos hoje o quinto país em número absoluto de vacinados) e há uma convicção que o turismo volta forte com boa parte da população imunizada.

Isto posto,  dá para prever que as empresas que estão saindo mais fortes da pandemia são essencialmente empresas de tecnologia que atuam no setor de turismo e que podem aproveitar a euforia do mercado e abrir capital ainda este ano, especificamente no segundo semestre de 2021, seguindo a boa fase de empresas de tecnologia que abriram capital recentemente, como Enjoei, Meliuz, Mosaico e Locaweb, e a americana Airbnb, empresa de compartilhamento de quartos, que abriu capital em dezembro do ano passado em NASDAQ e já valorizou 47% em pouco mais de 2 meses.

É importante ressaltar que nunca o mercado brasileiro esteve tão otimista com empresas de tecnologia, portanto, fica óbvio que empresas do setor de turismo que desejam algum sucesso no mercado de capitais precisam contar uma história muito mais de “tech” do que de turismo, essencialmente.

Empresas de tech e turismo são conhecidas como travel techs. Conheça um mapa com 96 travel techs que a Onfly lançou em 2020, e aguarde: em 2021, uma versão com quase o dobro de empresas será lançada.

Veja as 6 apostas de empresas de tech e turismo que possuem porte, tamanho e liderança visionária para abrir capital ainda este ano.

123Milhas

A 123Milhas é a principal aposta do setor, com investimento massivo em mídia online e offline (em TVs e, principalmente, mídia aeroportuária, com ação em mais de 25 aerportos do Brasil). Segundo a Similarweb, o tráfego da 123milhas já se aproxima da Decolar, empresa que em 2019 realizou entre R$ 7 a R$ 9B em reservas, apenas no Brasil.

A favor da 123Milhas, pesa uma excelente reputação no ReclameAqui, um aumento de inventário (agora a companhia está distribuindo, além de passagem aéreas, hotéis, seguros e carros) e também a reputação de ser uma empresa que não demitiu ninguém na pandemia, pelo contrário, contratou novas pessoas. Inclusive, o novo VP de gestão da companhia é ex-CEO da BH Airport, sinalizando que a empresa está investindo no amadurecimento de sua gestão para uma eventual abertura de capital. Estima-se que a 123Milhas chegue no final de 2021 com um volume de vendas aproximado de R$ 3B, com um take rate médio de 16%, o que daria para a empresa uma receita aproximada de R$480 milhões.

Para fins de comparação, no ano que antecedeu o IPO da Enjoei, em 2019, a empresa apresentou uma receita de R$ 53 milhões.

E, recentemente, a Ubook protocolou um IPO com uma receita de R$ 20M em 2020. Acho difícil o mercado comprar esta tese, mas não deixa de ser um sinal de que a B3 está mais “acessível” (em outras épocas, nem aceitariam um prospecto de uma empresa deste tamanho).

Em termos de tamanho e porte, a 123Milhas talvez seja a empresa mais pronta para realizar o IPO. Resta saber se os atuais acionistas entendem que agora é o momento para fazer este movimento ou que vale a pena crescer ainda mais e abrir capital em 2022.

Hurb

O Hurb pode ser a empresa que esteja mais “pressionada” a fazer um IPO. Isso ocorre, pois a empresa passou por um grande conflito entre os investidores e os fundadores entre 2015 e 2017 e no acordo firmado, os investidores ficam com 30% de todo o valor de uma eventual venda ou IPO da empresa até 2024.

Em 2020, mesmo o ano sendo muito ruim para o turismo, segundo dados publicados no próprio Linkedin da empresa (embora não auditados), fizeram R$ 1,9B em reservas (Gross booking volume), entre hotéis e, principalmente, pacotes turísticos.

A empresa também contratou mais pessoas em 2020, continua acelerando seu projeto de internacionalização, e já está com 723 pessoas no time (e com vagas abertas).

O ano de 2021 definitivamente promete pra carioca Hurb e pode colocá-la na rota global ao lado de Booking e Expedia.

Maxmilhas

A Maxmilhas foi a primeira OTA (Online Travel Agency) do mercado a fomentar fortemente a compra e venda de passagens aéreas com milhas, e ainda é um dos maiores do mercado.

Estima-se que a empresa mineira deva realizar em 2021, algo próximo de R$ 1,5B, com um take rate médio de 20%.

A Maxmilhas deve se beneficiar de um consumidor muito mais digital pós pandemia, e de uma retomada muito mais rápida para destinos domésticos, onde a companhia sempre foi mais forte.

O que pesa contra a empresa mineira é a desconfiança de eventuais investidores sobre a perpetuidade do modelo de passagens aéreas com milhas, que, publicamente, as cias aéreas estão tentando extinguir.

Por outro lado, a empresa pode otimizar todo o seu tráfego para oferecer outros conteúdos, como hotéis, carros, pacotes e seguros, muito em linha do que a 123Milhas está fazendo.

A favor da empresa mineira, tem-se a marca, que ainda é “top of mind” quando se pensa em comprar passagens aéreas online com desconto (a empresa nasceu antes da sua conterrânea 123Milhas), um líder carismático e visionário, e um time de executivos de primeira linha.

Viajanet

Por ter recebido uma série de investimentos de capital de risco ainda no início da operação, a Viajanet, uma das primeiras OTAs (Online Travel Agency) do Brasil, talvez seja a companhia que esteja mais “pronta” para um IPO, pensando na parte de governança tributária e contábil.

Em 2019, a empresa anunciou R$ 1,1B em volume de reservas e publicamente já informou que atingiu o break even (equilíbrio entre despesas e receitas), portanto, um ativo suculento para investidores que desejam investir no setor.

No ano passado, especificamente em Dezembro, por causa da pandemia, a empresa anunciou uma nova captação de US$ 6,5M dos investidores atuais para recomposição do caixa, e, no total, a empresa já captou, segundo o crunchbase, aproximadamente US$ 25M (lembrando que boa parte deste valor veio em um momento onde o dólar estava próximo de R$2,00).

Dependendo de como a empresa se comportar nos primeiros 9 meses do ano, ela pode ainda protocolocar o pedido de IPO na CVM este ano, apoiada, sobretudo, na grande euforia dos investidores em empresas de tecnologia.

 

Clickbus

A paulistana Clickbus, que é líder na venda de passagens rodoviárias na internet, nasceu com investimento da alemã Rocket Internet (a mesma que investiu na Dafiti, Mobly e Kanui), possui Fábio Porchat como sócio, e tem aproximadamente R$ 1B em volume transacionado em 2019, é uma das nossas apostas para abrir capital.

A favor da empresa, uma liderança isolada no setor, tanto em canais B2C quanto em B2B, uma mudança de hábito explícita, onde pessoas vão comprar cada vez mais passagens rodoviárias online, e uma baixa capacidade de investimento das operadoras, que acaba criando uma forte dependência da Clickbus na sua distribuição.

Por incrível que pareça, talvez o maior concorrente do Clickbus seja o Buser. Com a iminente popularização do aplicativo que compartilha lugares em ônibus fretados nos trechos intermunicipais, pode-se acabar tendo uma menor demanda por transporte rodoviário “tradicional”.

A favor do Buser, um investimento alto de aproximadamente R$ 300M do Softbank.

Como “defesa”, a Clickbus criou o ClickbusX, um modelo de negócios semelhante ao Buser.

Copastur

A Copastur é o player “mais tradicional” de todas as empresas listadas aqui. Com reservas aproximadas de R$ 966M em 2019 (segundo divulgado pelo Panrotas), a empresa une a tradição de um player consolidado com uma gestão visionária que entende que o mercado está se transformando.

Ao invés de ficar “atacando” novos insurgentes e insistir em modelos tradicionais que funcionaram muito bem na década de 80 e 90,  a Copastur entendeu a importância da tecnologia no seu negócio, e de forma inteligente, fez um movimento recente onde se posicionou como uma travel tech.

Com seu alto volume de reservas, e com isso, uma boa receita, e seu modelo apoiado em uso intensivo de tecnologia, atuando em diversas verticais do setor (como eventos, lazer, luxo e corporativo), a Copastur pode surpreender e abrir capital no próximo ano, seguindo o caminho da CVC, que hoje vale R$ 3,5B na B3, mas com uma roupagem bem mais tech e “asset light” que a gigante de Santo André, que ainda está apoiada em suas quase 1200 lojas físicas.

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Marcelo Linhares
Marcelo Linhares

Marcelo Linhares é um dos fundadores da Onfly, possui mais de 10 anos de experiência em marketing digital e varejo omnichannel, nos últimos 2 anos estudou o mercado de viagens e percebeu que as agências tradicionais trabalhavam da mesma forma há 20 anos, e resolveu criar a Onfly para transformar este mercado. Ele está sempre disponível no e-mail marcelo@onfly.com.br

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