Conheça 10 modelos de negócio que visam democratizar o acesso a produtos e serviços!
Conheça 10 modelos de negócio incríveis, de diversos setores, que tornaram serviços e produtos acessíveis para o maior número de pessoas, com muita tecnologia, inteligência e automação aplicada.
Eu tenho uma admiração pessoal muito grande por modelos de negócio que visam democratizar o acesso a produtos e serviços que antes eram exclusividade de poucos.
Muitas vezes, o meio para a viabilização deste modelo de negócios é a tecnologia, a escalabilidade e o aumento de produtividade.
Poucas pessoas sabem, mas este ainda é o propósito da Magazine Luiza, também chamada de Magalu, hoje a maior empresa de tecnologia e varejo do Brasil (inclusive, já falei dela aqui).
Durante muito tempo o propósito da gigante de Franca era: Levar ao acesso de muitos aquilo que é privilégio de poucos.
Com o avanço da digitalização dos últimos anos, este propósito ganhou musculatura e a ambição da empresa também, como pode ser visto no site:
“O Magalu foi criado há mais de 60 anos com uma missão: incluir. Contribuir para que bens, até então, acessíveis a uma classe de privilegiados pudessem chegar a todos os brasileiros. Não se trata apenas de consumo, mas da transformação de vidas por meio do acesso”.
Note que atualmente a Magalu não quer apenas dar acesso ao consumidor final a produtos baratos, ela também quer dar acesso a crédito justo ao pequeno e médio varejista, a oportunidade dele poder vender online para milhões de consumidores com tarifas democráticas e acessíveis.
Uma coisa interessante, que revela um pouco deste propósito, é que em 1992 a Magazine Luiza abria lojas em cidades do interior com apenas uma TV e vídeo-cassete, que ficava exibindo vídeos de centenas de eletrodomésticos, que poderiam ser comercializados a distância, para pessoas que nunca comprariam em outras circunstâncias, simplesmente pelo fato de não haver lojas de eletro nessas localidades.
Olhe o pionerismo: E-commerce e Marketing de Conteúdo juntas, potencializando vendas para milhares de pessoas, em 1992, quando a internet comercial ainda não tinha atingido o mainstream.
Incrível né?
Trago aqui outros 10 modelos de negócio fantásticos, em diversos segmentos, que inovaram com a proposta de democratizar o acesso aos serviços e produtos, que antes, eram exclusivos para poucas pessoas/empresas.
1 – Pagseguro
Se você tem mais de 35 anos, como eu, sabe que há 20 anos, os estabelecimentos que aceitavam cartão de crédito eram raros. O mercado de adquirência era um duopólio na mão da Rede e da Cielo, e o lojista tinha que pagar altas taxas para ter uma maquininha, aliás, duas, pois cada bandeira só passava em uma maquininha.
Portanto, o lojista que quisesse passar cartão, teria que desembolsar por mês aproximadamente uns R$ 280,00 (R$ 140,00 em cada maquininha), mais uma taxa próxima de 4% por transação.
Com o fim do duopólio em 2010, Rede e Cielo continuaram com a tese que maquininha era algo exclusivo para poucos estabelecimentos, com taxas caras de aluguel, mas em 2015 o Pagseguro chegou chutando a porta com a Moderninha, um modelo de compra do aparelho, dividido em 10X, com taxas bem mais acessíveis.
Ou seja, o valor que antes um lojista pagava por mês por aluguel em 2010, no Pagseguro ele pagava apenas uma vez, e detinha a propriedade do ativo (que poderia vender depois, inclusive), além de taxas bem mais justas.
O final da história você já sabe, hoje até aldeia indígena aceita cartão de crédito com a maquininha do Pagseguro, e a empresa, que nasceu sob a batuta do UOL, vale hoje em Nova York U$13B?
Qual foi a inovação do Pagseguro?
Democratizou o acesso a maquininha de cartão para o pipoqueiro, o dono da barraquinha de cachorro quente, o vendedor de picolé, profissionais que os executivos da Cielo e da Rede sempre negligenciaram, pois, segundo eles, aceitar pagamento por cartão deveria ser para poucos.
2 – XP Investimentos
A XP Investimentos é um outro caso interessante na área financeira. Antes da XP, investimentos financeiros de pessoa física eram um tabu, pois grande parte estava concentrado na poupança e naqueles títulos podres que os bancos tradicionais insistiam em empurrar, como título de capitalização e seguro.
Investimentos bons eram exclusivo para o segmento “prime”, que ganhava cafézinho expresso e um atendimento VIP de um gerente exclusivo.
Para todo o resto da população, só sobrava o osso, investimentos disponíveis bem ruins.
Com uma linguagem simples, a XP Investimentos acreditou que os brasileiros poderiam investir melhor, e que não precisava ter grandes fortunas para ter acesso a boas opções de investimento.
3 – Netflix
Eu passei grande parte da minha adolescência sem acesso a TV a cabo, era caro e inacessível, o que sobrava era a Globo e o Chaves no SBT 😉
Depois, mais velho, consegui por um tíquet de aproximadamente R$ 150,00, contratar um plano de internet junto a uma TV fechada (alguns canais, convenhamos), mas este valor ainda estava bem longe da realidade de boa parte da população brasileira.
A Netflix veio com um modelo bem mais inteligente, de consumo de conteúdo self-service, em qualquer lugar e a qualquer hora, com um valor extremamente acessível, a partir de R$ 21,90 por mês.
E embora há pouco tempo no mercado tupiniquin, a gigante americana já está com uma audiência quase do tamanho da histórica Globo, e possui mais de 17 milhões de assinantes só no Brasil (mais de 200M no Mundo).
4 – RD Station
Serviços de automação de marketing digital, até aproximadamente o ano de 2010, eram algo exclusivo para poucas marcas e poucos players de internet.
Lembro quando eu trabalhava no UOL. As ferramentas que tinham eram caras e pouco acessíveis para PMEs, totalmente focadas no mercado enterprise.
Com uma solução simples, mas muito poderosa, de aquisição, captura e relacionamento com os leads e clientes, a RD permitiu que mais de 25mil empresas melhorassem seu marketing (inclusive a Onfly, diga-se de passagem).
Existem soluções melhores que a RD?
Provável que sim, mas estas soluções possuem preços inacessíveis para 99% das empresas do Brasil, sobretudo com um câmbio totalmente desfavorável.
5 – Bling
Bling é um ERP que ajudou muitos pequenos e médios e-commerces a entrarem e começarem a vender na internet. Com uma plataforma bem completa e otimizada para o pequeno e médio empresário, o Bling oferece, por a partir de R$ 25,99/mês, uma solução para o lojista gerenciar estoque, emitir notas fiscais, integrar com o ERP, PDV e muito mais.
Antes do Bling, ERP era algo extremamente inacessível para pequenos e médios, e a saída, como sempre, era o bom e velho Excel, e uma infinidade de retrabalho.
6 – Omie ERP
A Omie segue uma lógica muito parecida com a do Bling, democratizou o acesso à gestão empresarial a milhares de pequenos e médios empresários que utilizavam caderno e papel, ou no máximo algumas planilhas de Excel.
Para empresas que faturam até R$ 180mil reais, a Omie tem um plano gratuito, e para empresas com faturamento até R$ 4,8M, que estejam no teto do simples, existem planos de R$ 569,99/mês: uma pequena fração dos valores dos ERPs tradicionais (que eles chamam com muita doçura de ERPs dinossauros) e monolíticos que cobram uma fortuna de setup e mensalidade.
7 – GOL
Poucas pessoas sabem, mas a GOL foi um agente importante para democratização da mobilidade no Brasil.
A GOL foi a primeira experiência de avião de grande parte da população brasileira, que até então assistia de longe pessoas viajando de Varig e Vasp, ostentanndo seus bilhetes de papel nos aeroportos.
Sim, antes da GOL, viajar de avião era para pouquíssimas pessoas. Após a GOL, com um modelo “low cost” e com preços que eram tão acessíveis quanto o preço de ônibus, foi triplicado o número de pessoas nos aeroportos, um verdadeiro fenômeno.
A propósito, eu estou nesta estatística. Meu primeiro vôo foi em um avião da GOL, logo no início da operação da empresa.
Olha a incrível campanha que fizeram na época para mostrar que todo mundo pode voar.
Na época, a empresa foi covardemente criticada pelos seus concorrentes, dinossauros que tinham modelos ineficientes, caros e completamente inacessíveis para grande parte da população (isto explica porque boa parte delas quebraram: Transbrasil, Varig e Vasp).
Se hoje a aviação nacional é algo popular, grande parte deste avanço é mérito da GOL, precisamos reconhecer.
8 – Onfly
A Onfly tem uma proposta clara e simples: levar a gestão de viagens e reembolsos para milhares de empresas. Com isso oferece um software onde empresas podem comprar passagens aéreas, hotéis e alugar carros com preços até 35% menores que as tarifas públicas, o que antes era exclusividade de pouquíssimas empresas. Na plataforma, a empresa pode organizar toda a política de viagens e reembolsos, com workflows de aprovação customizados e simples, além de relatórios em tempo real, que ajudam na tomada decisões mais inteligentes.
Algumas poucas empresas, como Fiat, Petrobrás e Vale já possuem essa governança em viagens, mas têm extensos times para cuidar desta área, e pagam um tubo de dinheiro para sustentar as plataformas tecnológicas que apoiam esse processo, além de fees altos para agências de viagens.
A Onfly acredita que a pequena e média empresa que faz reservas em OTAs, e utiliza diversas planilhas para organizar esse fluxo, pode ter ganhos exponenciais em seu processo de compra de viagens e reembolsos de despesas, com uma tecnologia simples, transparente e eficiente.
Afinal, a gestão de viagens e automação de reembolsos não deve ser exclusivo para poucas empresas, ao contrário do que muitos pensam.
9 – Vai Voando
Eu arrisco dizer que a Vai Voando, depois da GOL, foi a empresa que mais popularizou o acesso a passagens aéreas no Brasil. A empresa faz parte do Grupo Flytour.
Com lojas normalmente em áreas periféricas e boa parte dos clientes desbancarizados ou com restrições no nome, a Vai Voando consegue vender passagens pré-pagas de forma parcelada para seus clientes, sem a burocracia e a formalidade dos financiamentos e análises de crédito.
O lema da empresa deixa claro este propósito: “Com a Vai Voando todo mundo pode viajar de avião, basta se programar!”
10 – Wine
Antes da Wine, beber vinho era um teatro de arrogância e elitismo, clubes fechados, restritos e vinhos caros.
Vinho era sinal, de certa forma, de status. Gosto de ouvir a história do Rogério Salume e sua narrativa sobre o início da Wine (você pode ver aqui, vai por mim, vale a pena).
Segundo Rogério, o importante é beber o vinho e ter a experiência com a bebida. Já o ouvi algumas vezes falar “Não tem taça para beber, bebe no copo, não tem copo, bebe no bico mesmo, mas toma o vinho…”.
A Wine oferece um modelo de clube de assinatura com preços a partir de R$ 75,00/mês um kit com dois vinhos, em casa, com frete grátis.
Isto só é possível com a desintermediação da cadeia, eficiência logística e muita tecnologia no processo.
Se você ainda não conhece a Wine, vale a pena conhecer a empresa, hoje, o maior e-commerce de vinhos da América Latina.